Projeto da USP leva educação ambiental marinha para escolas e comunidades litorâneas

Fonte: AUN USP

Imagem: Reprodução

O ano de 2021 é o que inicia a “Década do Oceano”, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de unir esforços globais para conscientizar a população e proteger a vida marinha.

Para contribuir com a Década do Oceano, o Instituto Oceanográfico (IO) da USP, em parceria com o Parque Estadual da Ilha Anchieta e apoio da Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da USP, desenvolveu o EAMar — um projeto de educação ambiental marinha, que busca levar, de forma interativa e dinâmica, aspectos relacionados à oceanografia e à cultura oceânica para alunos e professores do ensino médio de escolas e comunidades litorâneas.

A iniciativa surgiu em 2019, quando os estudantes integrantes da Empresa Júnior do IO (IOJr) perceberam a necessidade de engajar as populações litorâneas nos processos de gerenciamento costeiro e marinho. Inicialmente, o projeto foi pensado para o município de Cananéia, no litoral sul de São Paulo. No mesmo ano, mudou o foco para Ubatuba. Ao todo, o projeto atingiu 142 alunos nessa primeira edição, além dos professores que acompanharam as atividades.

O principal objetivo é aproximar os alunos do Ensino Médio à ciência, difundindo conhecimento acerca dos oceanos, ecossistemas e fenômenos marinhos, além de apresentar as atividades desenvolvidas e exercidas por um oceanógrafo e incentivar a participação pública no processo de gestão da costa. A iniciativa também ajuda a estreitar a parceria entre a USP e o Parque Estadual Ilha Anchieta e engaja os alunos em atividades de extensão junto à comunidade.

Em entrevista à AUN, Agatha Todam, estudante de Oceanografia, conta que participar do EAMar proporcionou a ela uma visão expandida sobre a área, para além da Universidade.

“A sensação de levar conhecimento sobre o oceano para crianças é única. Uma experiência sem igual. Me fez ter certeza que escolhi e estou no curso certo, fazendo o que amo”. Atualmente, a equipe conta com a participação de 10 pessoas — dentre elas, professores, alunos da graduação e da pós-graduação e colaboradores externos.

Em 2021, o EAMar passou por uma reformulação e foi adaptado ao formato remoto, como deve continuar até o fim da pandemia. Em julho, os professores das escolas serão capacitados pela equipe do projeto nas principais áreas da Oceanografia. Também serão disponibilizadas videoaulas, podcasts, apostilas digitais e experimentos para passar aos alunos.

Após a capacitação, vem a fase chamada “Tenda Oceano”, em que os professores, com suporte dos monitores — alunos do IO —, aplicarão o conteúdo aprendido em sala de aula, relacionando-o com os temas da grade curricular habitual.

Em seguida, acontece o “Ciência Cidadã”, uma metodologia científica participativa, onde os alunos e cidadãos voluntários se aproximam da gestão ambiental do litoral, realizando o monitoramento das praias a partir da coleta de dados. Os resultados dessa pesquisa servirão como instrumento para verificar a variação da linha da costa ao longo do tempo.

“O EAMar incentiva que todos estudem mais sobre o oceano e a expandam o interesse sobre o universo marinho. Além disso, também acrescenta um desenvolvimento pessoal enorme, como responsabilidade, trabalho em equipe e organização”, conta João Pedro Alonso, estudante de Oceanografia e um dos participantes do projeto.

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