O governo brasileiro quer aumentar a extensão de seus territórios no Oceano Atlântico, expandindo as chamadas águas jurisdicionais. Foi apresentado à Comissão de Limites da Plataforma Continental, da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, o pedido do Brasil, que, se acatado, ampliaria em 58% a Amazônia Azul. Esse tamanho é estimado em 2,1 milhões de quilômetros quadrados – o que se equipara à área da Groenlândia. O Jornal da USP no Ar conversou sobre os impactos disso com Alexander Turra, professor do Departamento de Oceanografia Biológica do Instituto de Oceanografia (IO) da USP e responsável pela Cátedra Unesco de Sustentabilidade dos Oceanos, do Instituto de Estudos Avançados (IEA).
Águas jurisdicionais são aquelas administradas por algum país. O professor explica que “os países têm a permissão de solicitar espaços marítimos para que eles fiquem sob sua guarda. Isso significa que eles devem ter um zelo maior, mas também podem utilizar os recursos dessa área de forma exclusiva. É por isso que existe tanto interesse em realizar essas solicitações, mesmo que não sejam tão fáceis de se fazer, pois envolvem uma quantidade muito grande de dados que precisam ser coletados. O investimento que o Brasil está fazendo nesse aspecto é balanceado com o possível retorno financeiro e com o bem-estar humano que esse ambiente pode proporcionar”.